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sábado, 6 de outubro de 2012

RESENHANDO - The Godfather - o início de um fenômeno cultural


Quando se fala em grandes trilogias do cinema, uma das principais a ser lembrada é "The Godfather", que em 2012 completa 40 anos de lançamento da primeira parte. Referência na cultura pop mundial, sendo o assunto de muitas discussões em faculdades, redações, mesas de bar, idas ao cinema, entre outros, a obra-prima de Francis Ford Coppola, adaptada do livro de Mario Puzzo, narra a ascensão e queda da família Corleone, neste celebrado épico.

A repercussão do filme foi grande, e ele foi indicado a 28 Oscars, sendo vencedor de nove estatuetas. E claro, refletiu diretamente no cotidiano de muitas pessoas sendo estas cinéfilas ou não. A frase "Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar” virou marca registrada dos fãs e não tão fãs assim do filme.

O livro de Puzo é um brilhante relato da ascensão, influência e poder da Máfia siciliana nos EUA da década de 40, principalmente em Nova York, ao acompanhar o cotidiano da Família Corleone e seu envolvimento com atividades ilícitas, como a exploração da jogatina e o comércio de ilegal de bebida durante a Lei Seca, encobertos por meios “legais” como o controle de sindicatos e a exploração da construção civil e da indústria têxtil.

Confesso que acho uma missão difícil falar desta trilogia, pois não é simples narrar apenas em palavras esta obra-prima do cinema, e claro, sem a utilização de palavras clichês, mas a razão é que "The Godfather", ou o título brazuca "O Poderoso Chefão", é realmente tudo isso que se fala. A resenha será dividida em 3 partes, cada uma relatando sobre um filme.

O filme (Atenção! Contém spoilers)

No início da trama, temos uma voz masculina, com carregado sotaque italiano, dizendo “Eu acredito na América”. Logo, vem a explicação que Bonasera, um dono de funerária,  criou sua filha por muitos anos nos Estados Unidos, entretanto, na juventude, ela foi embebedada e agredida pelo então namorado ianque. Ele narrou esse fato a ninguém menos que Don Corleone, um ambicioso  imigrante que parte da Itália (mais precisamente da Sicília) para os Estados Unidos, e que constrói um império, tendo a Máfia como instrumento. Ele  ouve pedidos de favores durante o casamento de sua filha Connie, enquanto seu filho adotivo, Tom Hagen, apenas escuta. O cantor e sobrinho do Don, Johnny Fontane, pede ajuda para estrelar um filme que vai ajudá-lo a re-erguer sua carreira. Hagen vai a Califórnia para se encontrar com o chefe do estúdio Jack Woltz com o objetivo de conseguir o papel para Fontane. 

Como Don de uma das 5 principais famílias mafiosas que controlavam o país na época, Vito Corleone construiu seu império através da violência, eliminando, literalmente, a concorrência, mas, principalmente, construindo uma sólida rede de “amigos”, controlando políticos, sindicalistas e policiais, na base da troca de favores que poderiam, ou não, algum dia ser cobrados.Ele é pai de Sonny, Michael, Fredo e Constanza, além do filho adotivo Tom. Ama, acima de tudo, sua família, razão pela qual não queria nenhum de seus filhos trabalhando no ramo mafioso.

Os lideres da família se encontram com Virgil "O Turco" Sollozzo, que pede a Don Corleone para proteger os negócios de heroína da família Tattaglia. Vito desaprova o negócio e acha que suas conexões políticas podem ser prejudicadas, assim recusando um acordo lucrativo. Ele manda seu homem de confiança, Luca Brasi, para aprender mais sobre a organização de Sollozzo, porém Brasi é morto pelos homens de Sollozzo.



Os diálogos inteligentes acabaram tornando o filme uma espécie de manual de vida, sendo parodiados e usados à exaustão. Vito Corleone, mesmo sendo um gangster cruel e mafioso dos mais perigosos, não tinha maldade em seu coração. O que ocorria, na verdade, era uma indignação por todas as falcatruas que as pessoas tinham de aceitar dos governantes. Ele, como um cara esperto, não quis ficar aceitando tudo isso e provou que era mais inteligente do que muito engravatado, conquistando Nova York inteira com sua psicologia de manipulação.

Uma das cenas mais clássicas é o momento em que Don Corleone é baleado. Michael descobre sobre seu pai através de um jornal e vai o mais rápido possível pro hospital. O filho mais jovem, Michael, que as outras famílias consideram como "civil", sem negócios com a máfia, impede uma segunda tentaiva de assassinato no hospital onde Vito estava sendo tratado, porém sua mandíbula é quebrada após receber um soco do Capitão McCluskey, um policial corrupto. Sonny retalia assassinando o filho de Don Philip Tattaglia, Bruno. Isso, junto ao fato de ver o pai na cama totalmente a mercê da fúria das outras Famílias, desperta no rapaz o mafioso que estava escondido.


Fugido para a Itália, Michael acaba se casando com uma italiana. Neste tempo, o irmão Sonny assume assume o posto pra que foi preparado, o de Don. Só que acabam armando pra ele, e no fim das contas quem realmente assume o posto de poderoso chefão (trocadilho deprimente) é Michael, que volta totalmente mudado da Itália.  Michael assume a posição de Don Corleone e promete a sua esposa (e antiga namorada) Kay que os negócios da família serão legitimizados em cinco anos. Para não perder a emoção do filme, paro por aqui com as revelações no roteiro.

Por pouco este projeto não sai do papel, pois os estúdios estavam em crise e a sétima arte andava desacreditada por conta da popularização da TV. Mas no fim, tudo ocorreu certo e a primeira parte do fenômeno cultural saiu.



O elenco de peso, incluindo a ainda promessa Al Pacino, e os já consagrados Marlon Brando e Robert Duvall, oferece atuações competentes. Destaco claro, Al Pacino como a escolha perfeita. Sem dúvida o espectador sente a cada momento que ele aparece na película a sua transformação e a sua expressão, saindo de bom moço, na primeira cena, para o italiano mafioso, assumindo o novo Don Corleone, no estilo de melhor atuação Al Pacino. Esta primeira parte é totalmente dele.

O filme dura quase três horas, na maior parte de diálogos, com poucas movimentações: um filme basicamente de homens sentados discutindo sobre negócios e mais homens. Don Corleone e companhia traduzem tão bem uma simples família italiana que ao mesmo tempo pode ser tão unida, apesar de todos os perigos da máfia.

Em resumo, recomendo assistir em sequência mesmo, Mas o primeiro, partindo para minha opinião, considero o mais completo para entender toda a trama.Se vocês puderem, assistam mais de uma vez, pois por ser um filme longo e repleto de diálogos e acontecimentos, muitas coisas poderão não ser captadas na primeira assistida.

Recomendo a sua assistida, tanto que se tornou item obrigatório na lista de qualquer amante de cinema e apreciador da sétima arte, seja como forma de reflexão ou entretenimento.

Fontes: Adoro Cinema

Bacon Frito

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